O cancro da laringe pode ser subglótico
(é raro ser detetado em fases iniciais), supraglótico (tende a
permanecer por algum tempo sob a prega ventricular) ou glótico
(origina-se na margem livre de uma corda vocal).
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(Imagens retiradas da Internet) |
- Apresenta como sinais: aumento da tensão e volume no pescoço, nódulos no pescoço, alargamento da laringe, ausência de criptação, adenopatias linguais e outras;´
- Apresenta como sintomas: disfonia (quando a disfonia é o sintoma mais frequente significa que o cancro é glótico), dispneia, estridor, odinofagia, disfagia (quando a disfagia é o sintoma mais frequente significa que o cancro é supraglótico), tosse, hemoptises, redução de peso e halitose;
- Tem como etiologias mais frequentes: tabaco, álcool, idade, produtos tóxicos, factores genéticos e défices vitamínicos;
- Tem como tratamento clínico a radioterapia (que tem como consequências odinogafia, disfonia e fibrose das cartilagens).
A
laringectomia é um procedimento
cirúrgico no qual uma parte ou a totalidade da laringe é removida. É indicada
em casos de carcinoma laríngeo (cancro da laringe), trauma laríngeo,
laringe não funcionante e estenose supraglótica.
A laringectomia pode ser parcial ou total. Na total é removido todo o arcabouço da
cartilagem laríngea, músculos e outras estruturas nele contidas. Quanto às parciais, estas podem-se subdividir em:
o Horizontais/ transversais/
supraglóticas –
manutenção das estruturas a nível glótico; comprometimento da deglutição.
o Verticais – cordectomia (ressecação de uma corda vocal
com ou sem aritenoidectomia), laringectomia frontal anterior (ressecação
da quilha da cartilagem tiróide, juntamente com o terço anterior de ambas as
cordas vocais), laringectomia fronto-lateral (ressecação da quilha da
tiróide mais uma corda vocal, com ou sem aritenoidectomia) e hemilaringectomia.
· Impacto da laringectomia total: alterações anátomo-fisiológicas
(olfacto, paladar, saliva, acuidade auditiva [fluxo de ar na caixa timpânica
diminui], força física [diminuição da função esfingtariana] e secreções [o ar
não é filtrado]) e alterações da função vocal (comunicação verbal oral e não
verbal quanto ao choro e riso)
· É
no fim da cicatrização que se inicia a Terapia.
Opções
de reabilitação após laringectomia total
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Vantagens
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Desvantagens
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Intervenção
em Terapia da Fala
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Fala
murmurada: aproveitamento do ar nos espaços de ressonância, modulado pelos articuladores.
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É alternativa quando todas as
outras falham.
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Pouco audível, nova coordenação
respiratória (falar em apneia), grande precisão articulatórias, grande capacidade
de atenção do ouvinte.
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1. Conhecimento,
aceitação e autodomínio das estruturas anatómicas remanescentes; 2.Independência de sopros (falar em apneia);
3.Aumentar a inteligibilidade dos
movimentos articulatórios
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Laringe eletrónica: aparelho
que quando acionado desencadeia ondas vibratórias numa extremidade que deverá
ser encostada ao pescoço. Essas ondas projetam-se através dos tecidos,
amplificam-se nos ressoadores e são moduladas pelos articuladores.
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Voz
funcional, é possível falar ao telefone, alternativa à esofágica
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Voz
metálica e aprosódia, não tem mãos livres, em ambientes ruidosos é inaudível,
difícil propagação durante a radioterapia.
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1.Treino de fala murmurada;
2.Determinar o melhor local no pescoço;
3.Manipulação do aparelho;
4.Treino
com palavras monossilábicas isoladas;
5.Treino com frases curtas;
6.Limitar o vozeamento aos períodos de fala. |
Voz esofágica: voz resultante da vibração do
segmento faríngeo-esofágico provocada por uma passagem de uma corrente de ar
vinda do estômago ou esófago.
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Não depende de aparelhos,
permite falar ao telefone, não necessita do uso das mãos.
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Voz
rouca, grave e disprosódica, obriga a grande prática, CME curto, exige um
tónus adequado no segmento
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- Vários métodos: método de
deglutição do ar; inalação ou aspiração de ar; injeção de ar ou método
holandês. Importante trabalho inicial da musculatura envolvida.
1.Demonstração do método;
2.Produzir oclusivas não sonoras;
3. Acrescentar as vogais;
4.Produzir
palavras monossilábicas;
5.Produzir sequencias de bissilábicas e
trissilábicas;
6.Produzir palavras bissilábicas e trissilábicas;
7.Fazer o
mesmo processo com oclusivas sonoras;
8.Acrescentar fricativas isoladas;
9.Treinar automatização do vozeamento (rapidez, sucesso, aumento do tempo,
capacidade de segmentação e acentuação, variar intensidade);
10.Treinar
frases curtas.
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Voz traqueoesofágica: implica a criação de uma fístula
traqueoesofágica e colocação de uma prótese fonatória com válvula para
impedir a passagem do ar do esófago para a traqueia.
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Utilização
do mesmo mecanismo expiratório, voz grave, falar ao telefone, maior rapidez
no estabelecimento da fonte sonora.
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Dispendioso,
total dependência do médico para a substituição da prótese
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Treino da coordenação entre a oclusão do estoma (quando quer falar) e a
desobstrução do estoma.
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Bibliografia:
- Behlau, M. (2005). Voz – O livro do Especialista, volume II. Livraria e Editora Revinter. Rio de Janeiro;
- Mourão, L. (2010). Laringectomia Total. Em: F. Fernandes, B. Mendes & A. Navas, Tratado de Fonoaudiologia (803-812). São Paulo: Roca;
- Pinho, S. M. (2003). Fundamentos em Fonoaudiologia:Tratando os distúrbios da voz. (2ª Ed.). Editora Guanabara Koogan: Rio de Janeiro;
- Schwartz, S. (2004). The Source for Voice Disorders: Adolescent e Adult. LinguiSystems: USA.
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