No trabalho conjunto entre a Terapia da Fala e a
Ortodontia o principal objetivo é a resolução de problemas ao nível do sistema
estomatognático.
(Retirada da Internet) |
O sistema
estomatognático é constituído por estruturas estáticas (palato duro, arcadas
dentárias, mandíbula e maxila) e por estruturas dinâmicas (músculos da
expressão facial, articulação temporomandibular (ATM), lábios, língua, faringe
e cintura escapular). A sucção, mastigação, deglutição, respiração e fala
constituem as funções estomatognáticas. Sendo um sistema interdependente, uma
alteração ao nível das arcadas dentárias pode interferir com as funções
estomatognáticas e vice-versa, levando assim ao desarranjo de todo o sistema.
Deste modo, para o equilíbrio do sistema estomatognático é necessário:
·
Harmonia no funcionamento da
musculatura orofacial;
·
Oclusão normal das arcadas
dentárias;
· Ausência de hábitos orais nocivos
como, por exemplo, uso de chupeta, sucção digital, bruxismo (ranger os dentes),
briquismo (apertar os dentes com força), respiração oral, projeção da língua
durante a deglutição ou fala, etc.
A Ortodontia
visa diagnosticar, prevenir e tratar todas as formas de inadequada oclusão
dentária, bem como as alterações associadas às estruturas adjacentes, de forma
a promover o equilíbrio entre a estética dentária e facial. Porém, caso não
sejam efetuados os ajustes funcionais necessários há uma grande probabilidade
de ocorrência de recidivas, isto é, as estruturas poderão voltar a apresentar
as alterações existentes antes do início da intervenção. Desta forma, o
terapeuta da fala assume um papel de extrema importância na eliminação de
hábitos orais nocivos, na reeducação das funções estomatognáticas e na promoção
do equilíbrio ao nível da musculatura orofacial.
Além do
trabalho realizado em equipa entre o terapeuta da fala e o ortodontista poderá
ser ainda pertinente a participação de outros profissionais, tais como: médico
dentista, cirurgião maxilo-facial, otorrinolaringologista, fisioterapeuta e
psicólogo. O trabalho em equipa pressupõe, assim, a identificação das
necessidades do indivíduo e o reconhecimento dos limites de cada uma das áreas
profissionais, de modo a possibilitar um tratamento ajustado a cada pessoa. De
realçar que para o sucesso do tratamento é fundamental o diagnóstico e a
intervenção precoce, a realização de programas de prevenção e a participação do
indivíduo e sua família no decurso do processo terapêutico.
Bibliografia:
- Amaral, E.C., Bacha, S.M.C., Ghersel, E.L.A. & Rodrigues, P.M.I. (2006). Inter-relação entre a odontologia e a fonoaudiologia na motricidade orofacial. Revista CEFAC, 8 (3), 337-351;
- Baker, E. (2005). What’s the evidence for…?. ACQuiring knowledge in speech, language and hearing, 7 (3), 144-147;
- Marchesan, I. (2004). Alterações da fala de origem musculoesquelética. Em: L. Ferreira, D. Lopes & S. Limoagri, Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca;
- Marchesan, I.Q. (2003). Atuação Fonoaudilógica nas Funções Orofaciais: Desenvolvimento, Avaliação e Tratamento. Em: C.R.F. Andrade & E. Marcondes, Fonoaudiologia em Pedriatria (3-22). São Paulo: Sarvier;
- Marchesan, I.Q. (2005). Avaliação das funções miofuncionais orofaciais. Em: O.L. Filho, A.R. Campiotto, M.C. Redondo & W.A. Bastos, Tratado de Fonoaudiologia (713-734). São Paulo: Tecmedd.
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