30/01/2014

Sabe como cuidar da sua voz?

Uma das funções do Terapeuta da Fala é a orientação vocal, que consiste num conjunto de esclarecimentos e explicações sobre a fonação e a saúde vocal. Esta orientação visa esclarecer o indivíduo acerca do mecanismo de produção dos sons, bem como do ensino de normas básicas de higiene vocal e do uso correto da voz. Assim, como forma de prevenção de alterações patológicas, cada pessoa deve ter conhecimento dos comportamentos que podem influenciar negativamente a qualidade vocal. Evitá-los é uma forma de aumentar a higiene vocal, cuidar da voz e prevenir doenças.


(Retirada da Internet)
   1.      Use roupa e calçado confortável.
Roupas que apertem a região do pescoço e do abdómen, bem como roupas muito justas de maneira geral, devem ser evitadas por causarem dificuldades ao movimento respiratório e à liberdade da movimentação muscular.
Os sapatos devem ser baixos pois os saltos altos podem provocar instabilidade, criando uma postura corporal enrijecida.
2.      Mantenha uma postura adequada ao longo do dia.
Adequar a postura ao longo do dia é relevante não só para a fonação, como também para diminuir a tensão, neste caso ao nível da laringe, pescoço e cintura escapular. Assim, é importante que a pessoa quando se encontrar na posição em pé, deve ficar com as pernas alinhadas em relação aos ombros e quando permanecer na posição sentada, os pés devem estar apoiados no chão. É necessário que o indivíduo não fale com a cabeça virada, mas sim mantendo-a reta, pois deste modo, permite a passagem do ar sem dificuldades.
3.      Evitar o uso de uma voz sussurrada.
Quando o fazemos submetemos as cordas vocais a um grande esforço e desgaste.
4.      Adote uma alimentação saudável.
Bebidas e alimentos gelados costumam provocar um choque térmico, levando a uma descarga de muco associada a um edema das pregas vocais. Alimentos pesados, gordurosos e muito condimentados conduzem a uma digestão lenta, dificultam a livre movimentação do diafragma e, consequentemente, a respiração, levando ao aparecimento de sonolência azia e refluxo gastroesofágico.
5.      Evitar mudanças bruscas de temperatura.
As mudanças bruscas de temperatura favorecem inflamações e infeções respiratórias e isso pode prejudicar a voz.
6.      Evitar falar durante a prática de exercício físico.
Falar durante a atividade vai aumentar o cansaço e esforçar a voz. Espere que a sua respiração volte ao normal para depois falar de forma mais relaxada.
7.     Beber àgua frequentemente à temperatura ambiente.
 Beber água mantém as cordas vocais hidratadas e limpas de secreções favorecendo a flexibilidade e vibração.
Deverá ingerir 1 L a 1,5 L de água por dia (para além da água que é ingerida nos alimentos). Tenha sempre uma garrafa de água perto de si e beba pequenos goles ao longo do dia.
8.   Evite fumar e frequentar ambientes com fumo e pó.
O fumo quente do cigarro, as substâncias químicas e o pó agridem todo o sistema respiratório, tracto vocal e, principalmente, as cordas vocais. Assim, poderão ser causadas inflamações, edemas (inchaços) e, até mesmo, cancro.
9.   Evite beber bedidas alcoólicas e café.
A ingestão de álcool e café provoca a libertação de fluidos dos tecidos do organismo, incluindo das cordas vocais. Desta forma, as cordas vocais tendem a ficar desidratadas e ressequidas e, consequentemente, inflamadas.
10.  Evite cantar com técnica inapropriada, falar rápido ou falar durante longos períodos de tempo.
Um padrão respiratório inadequado durante o canto pode favorecer o aumento de tensão a nível das pregas vocais prejudicando-as. Falar com um débito aumentado causa sobrecarga vocal, uma vez que as cordas vocais são músculos e, como qualquer outro, também sofrem fadiga. Além disso, sempre que preveja que vai utilizar a voz durante um longo período de tempo, dê-lhe descanso, antes e depois.
11.  Evite falar alto e gritar.
Gritar é uma das atitudes mais agressivas para as cordas vocais. Causa um esforço muito grande nas cordas vocais podendo provocar-lhes lesões que aparecem normalmente após uso prolongado e frequente deste comportamento. Utilize outras formas que permitam chamar a atenção e que não exijam usar a sua voz como, por exemplo, bater palmas, levantar o braço, assobiar, etc.
12.  Evite pigarrear (arranhar a garganta).
Todos nós sentimos necessidade de limpar a garganta para eliminar secreções. Quando pigarreamos as cordas vocais “batem” violentamente uma na outra criando uma região de atrito, o que poderá resultar numa inflamação. Quando pigarreamos, as cordas vocais reagem ao atrito levando a um aumento da produção de muco protegendo-se contra o impacto. Deste modo, torna-se um ciclo vicioso pois na tentativa de tirarmos o muco, pigarreamos novamente. Este comportamento deverá ser substituído pela ingestão de água.
13.   Evite ambientes com ar condicionado.
Ao diminuir a humidade no ar, o ar condicionado seca toda a mucosa do tracto vocal. No caso de usar muito o ar condicionado em casa ou no emprego, é recomendada a ingestão de muita água.
14.  Evite falar excessivamente durante quadros gripais.
Durante este período as cordas vocais estão mais sensíveis e qualquer abuso pode provocar lesões irreversíveis. Como medida de prevenção deve beber muitos líquidos e fazer o máximo de repouso vocal possível.
15. Não deixe prolongar os sintomas do refluxo gastroesofágico.
O refluxo gastroesofágico ocorre quando os ácidos presentes no sistema digestivo sobem pelo esófago até à faringe e laringe (onde se encontram as cordas vocais), danificando-as. Os sintomas do refluxo gastroesofágico são: sensação de queimadura no peito e/ou na garganta; sabor desagradável na boca, normalmente de manhã; alterações vocais; dificuldade em fazer o aquecimento vocal; e, excesso de muco na garganta. 
16.  Durma o número de horas suficiente.
O sono é fundamental para uma produção adequada da voz. Uma noite de sono inadequada reflete-se na voz matinal.




 



      
Bibliografia:
  •       Barbosa, S.R. (1997). Orientações de higiene vocal para profissionais da voz. CEFAC. São Paulo. Acedido a 30 de janeiro de 2014, em http://www.cefac.br/library/teses/6a2f03bcb21b762d7fcc54cffaf63b2e.pdf;
  •       Behlau, M. (2001). Voz – O livro do Especialista, volume I. Livraria e Editora Revinter. Rio de Janeiro;
  •          Behlau, M. (2005). Voz – O livro do Especialista, volume II. Livraria e Editora Revinter. Rio de Janeiro;
  •    Guimarães, I. (2007). A Ciência e a Arte da Voz Humana. Escola Superior de Saúde do Alcoitão.



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